14/06/2009

A Canção de Nossa Identidade.


Tolba Phanem. Poeta africana.

"Quando uma mulher, de certa tribo da África, sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres e juntas rezam e meditam até que aparece a 'Canção da Criança'.
Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam a sua canção.
Logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe cantam a sua canção. Quando se torna adulta, a gente se junta novamente e canta.
Quando chega o momento do seu casamento, a pessoa escuta a sua canção.
Finalmente, quando sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, igual como em seu nascimento, cantam a sua canção para acompanhá-lo na 'viagem'.
Nesta tribo da África há outra ocasião na qual os homens cantam a canção.
Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, levam-na até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam a sua canção.
A tribo reconhece que a correção para as condutas anti-sociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade.
Quando reconhecemos nossa própria canção já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém.
Teus amigos conhecem a 'tua canção' e a cantam quando a esqueces. Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes ou as escuras imagens que mostras aos demais. Eles recordam tua beleza quando te sentes feio; tua totalidade quando estás quebrado; tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso."

"A Canção das Crianças e dos Homens"

Trazida por Estrela Que Canta.

imagem: Ciranda de Lia de Itamaracá. Disponível em http://www.asspaulo.8m.com/lia.html

Um comentário:

Gustavo disse...

Belo blog! Obrigado por compartilhar textos. Comentei também no texto do Cortázar. :)